sábado, 23 de outubro de 2010

Arte de Amar


Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
(Manuel Bandeira)

sábado, 2 de outubro de 2010

Aux Moeurs Légères...

Ela apenas estava ali, sentada, curtindo um drink e rindo das pessoas que dançavam ao seu redor. Era apenas uma menina, não percebendo que um par de olhos um tanto puxados estavam cravados em suas torneadas pernas. Era uma fatal mulher, ao perceber o olhar, e agir de maneira a provocar ainda mais. Um justo vestidinho preto com meias vermelhas. Ela não tinha a intenção de causar tanto assim, mas conseguiu.
Ao se tocar do olhar que a devorava e quase a despia ali mesmo, ela resolveu, num primeiro momento, ignorar e agir como se nada acontecesse. Mas depois o impacto veio aos poucos, e quando deu por si, esfregava as pernas avidamente para controlar o líquido que não cessava de umedecê-la cada vez mais.
Ela se sentia a mulher mais desejada do mundo, e era justamente isso que a deixava em transe. Os olhos dele percorriam por seu corpo inteiro, imaginando o que o aguardava por debaixo daquele vestido... E ela não parava de pensar: "Será que ele queria mesmo ?" Pois ali, ela sabe muito bem o que quer. Ela quer o mundo existente entre as pernas dele... Devorando-a inteira com um gozo completo e infinito.
De tanto imaginar coisas, ela perdeu o rumo do tempo e ele também. Ele não estava mais ali, à sua frente. Ela não hesitou. Saiu em busca daquela pele branca e cheirosa, daquela voz grossa. Ao atravessar um arvoredo escuro (era noite em um pequeno club em uma rodovia), ela sentiu uma mão bruta lhe puxando pelo cotovelo e logo em seguida braços fortes lhe cercando por trás. Ela quase teve um orgasmo ali mesmo, com aquele simples toque.
- Calma, putinha.
Ela perdeu a noção do tempo e do espaço. Sua visão escureceu e ficou molhada a tal ponto de o líquido escorrer-lhe entre as pernas. Entre vários carros estacionados ali, ele a empurrou em cima do capô de um e, sem pestanejar, arregaçou-lhe as pernas, mas não a penetrou de imediato. Passou a mordiscá-la por cima da calcinha encharcada, sentindo -lhe o cheiro e gosto. Ela miava, implorava, pedia. "Coloca, coloca dentro de mim...". Ele retardava o momento de propósito, mesmo que ele próprio não aguentassse tanto tesão e escorregasse para dentro dela em questão de segundos.
Mas o tempo era precioso. Ele se deliciava com o impacto que causava nela, lambia e chupava todo aquele néctar com o maior dos gostos, para depois dividir-lhe com a boca. Os pedidos iam se intensificando à medida em que ele lambia com mais avidez. "Enfia em mim, POR FAVOR !".
Ao ouvir o grito que mais parecia choro, ele não aguentou. Arriou as calças e mandou ver. Ela gritou alucinada, desvairada de senti-lo dentro de si. A pressão dentro dela se tornava quase insuportável. Ela gozou duas, três, quatro, cinco vezes, e com tanta vontade, com tanta loucura que ele sabia que estava ficando encharcado também. Ao sentir o sexto gozo chegando, ele não suportou mais e despejou-se dentro dela, soltando um gemido que parecia de prazer e dor ao mesmo tempo. Eles sabiam que foram ouvidos, mas pouco importava. Ela tinha conseguido o mundo que queria.