quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Só um versinho pra hoje


E se mais do que minha namorada


Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho


(Vinícius de Moraes)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quero Saber


Quero saber

Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos
a incomunicação; por fim
ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias
como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
com u te dou o meu
com uma condição: não nos compreender

(Pablo Neruda)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Prazer e êxtase


O prazer se
faz em êxtase:
quando o
meu corpo,
feito água,
descobre
todos os
caminhos
do seu.
E deixa-se
ficar
onde você
mergulha em
mim.

(Stela Fonseca)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus barcos...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

(Florbela Espanca)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cio



Entre as pernas te prendo
serpente e presa em duelo

Instintivos golpes
em oscena estratégia
– despudorada arma


Vitoriosa

bebo em teu cálice

o sêmen



...chove sobre o cio.

(Gloria Sartore)

domingo, 21 de novembro de 2010

E começo a pensar...

que minha companhia é um porre. Mas qual o problema, se eu só gosto tanto de estar ao seu lado ? Parece que não sou correspondida, parece que você prefere estar em companhia de qualquer um, menos de mim. Mas adianta eu te dizer isso se você vai negar e, pior ainda vai se irritar, brigar e eu vou passar como a errada, mais uma vez você não vai me ouvir e nem sequer me dar o direito de ter uma opinião respeitada. Aí eu fico assim, perdida, sem saber o que fazer, já que tudo em minha humilde pessoa te irrita, tudo que eu faço te deixa com raiva... Nada mais em mim te agrada. E lá vou eu, ser gauche na vida, como diria Drummond.
Já ouvi tanta coisa... Vejo casais tão felizes e ,e sinto um lixo perante tudo isso. Não, não é inveja da felicidade dos outros. Simplesmente quando vejo essas cenas me dou conta do quanto tempo que me sinto carente, que não sou tratada com uma beleza singular reservada à toda mulher, seja ela quem for. Um dia desses, recebi um e-mail corrente que dizia que "só tem mulher quem pode". As características do homem perfeito. Que não existe.
Não consigo mais mover um dedo. Já procurei tudo quanto é tipo de alternativa, mas nunca sou ouvida. E agora, o que fazer ? Ficar acuada, sozinha, engolindo sapos e mais sapos ? Veremos até onde isso vai me levar.

sábado, 23 de outubro de 2010

Arte de Amar


Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
(Manuel Bandeira)

sábado, 2 de outubro de 2010

Aux Moeurs Légères...

Ela apenas estava ali, sentada, curtindo um drink e rindo das pessoas que dançavam ao seu redor. Era apenas uma menina, não percebendo que um par de olhos um tanto puxados estavam cravados em suas torneadas pernas. Era uma fatal mulher, ao perceber o olhar, e agir de maneira a provocar ainda mais. Um justo vestidinho preto com meias vermelhas. Ela não tinha a intenção de causar tanto assim, mas conseguiu.
Ao se tocar do olhar que a devorava e quase a despia ali mesmo, ela resolveu, num primeiro momento, ignorar e agir como se nada acontecesse. Mas depois o impacto veio aos poucos, e quando deu por si, esfregava as pernas avidamente para controlar o líquido que não cessava de umedecê-la cada vez mais.
Ela se sentia a mulher mais desejada do mundo, e era justamente isso que a deixava em transe. Os olhos dele percorriam por seu corpo inteiro, imaginando o que o aguardava por debaixo daquele vestido... E ela não parava de pensar: "Será que ele queria mesmo ?" Pois ali, ela sabe muito bem o que quer. Ela quer o mundo existente entre as pernas dele... Devorando-a inteira com um gozo completo e infinito.
De tanto imaginar coisas, ela perdeu o rumo do tempo e ele também. Ele não estava mais ali, à sua frente. Ela não hesitou. Saiu em busca daquela pele branca e cheirosa, daquela voz grossa. Ao atravessar um arvoredo escuro (era noite em um pequeno club em uma rodovia), ela sentiu uma mão bruta lhe puxando pelo cotovelo e logo em seguida braços fortes lhe cercando por trás. Ela quase teve um orgasmo ali mesmo, com aquele simples toque.
- Calma, putinha.
Ela perdeu a noção do tempo e do espaço. Sua visão escureceu e ficou molhada a tal ponto de o líquido escorrer-lhe entre as pernas. Entre vários carros estacionados ali, ele a empurrou em cima do capô de um e, sem pestanejar, arregaçou-lhe as pernas, mas não a penetrou de imediato. Passou a mordiscá-la por cima da calcinha encharcada, sentindo -lhe o cheiro e gosto. Ela miava, implorava, pedia. "Coloca, coloca dentro de mim...". Ele retardava o momento de propósito, mesmo que ele próprio não aguentassse tanto tesão e escorregasse para dentro dela em questão de segundos.
Mas o tempo era precioso. Ele se deliciava com o impacto que causava nela, lambia e chupava todo aquele néctar com o maior dos gostos, para depois dividir-lhe com a boca. Os pedidos iam se intensificando à medida em que ele lambia com mais avidez. "Enfia em mim, POR FAVOR !".
Ao ouvir o grito que mais parecia choro, ele não aguentou. Arriou as calças e mandou ver. Ela gritou alucinada, desvairada de senti-lo dentro de si. A pressão dentro dela se tornava quase insuportável. Ela gozou duas, três, quatro, cinco vezes, e com tanta vontade, com tanta loucura que ele sabia que estava ficando encharcado também. Ao sentir o sexto gozo chegando, ele não suportou mais e despejou-se dentro dela, soltando um gemido que parecia de prazer e dor ao mesmo tempo. Eles sabiam que foram ouvidos, mas pouco importava. Ela tinha conseguido o mundo que queria.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Amores que nos fazem mal...

"Que fizemos de errado ? O que está errado conosco ? Será que imaginamos coisas ? Passar do calor ao frio nos mantém presos ao relacionamento, pois ficamos ligados pelo amor e pela angústia. Apegamo-nos a esse amor, tentando compreendê-lo. Aí está o erro, pois não há nada a compreender além da vontade de destruir.
Em lugar de manter uma distância saudável, nos acabrunhamos. Passamos a acreditar que esse relacionamento tão ruim é culpa nossa. Os perversos narcisistas conseguem sacudir as bases de nossa confiança, brincando de ioiô com nossos sentimentos, ficando ora próximos, ora distantes. Conseguem nos culpar através de suas reações imperceptivelmente hostis. E quantas noites passamos em branco examinando a situação de todos os ângulos, pensando que os fracassos são nossa culpa ? Não deveríamos ter questionado tanto. Não deveríamos ter ido para a cama logo no terceiro encontro. Não deveríamos ter telefonado tanto e, sobretudo, não deveríamos ter confessado que os amávamos tanto.
Acabamos vítimas de tormentos obcecados: "Por que ele disse isso ? E por que fez aquilo ? Entendi errado ou ele disse isso mesmo ?" Tentando compreender, repassamos os fatos sem cessar, os gestos, as palavras. E quando acreditamos ter entendido, uma nova cena teatral vem abalar nossas certezas.
[...]Apesar disso, falta no quadro a descrição do tormento moral. Alguns parceiros são mais complexos: dominadores e incapazes de amar, sem serem necessariamente perversos. O perverso é uma caçador que trabalha pela morte psíquica da vítima, uma vítima que ele não larga. Cada ato, cada frase é parte de uma estratégia de destruição.
De uma forma ou de outra, os golpes são desferidos incessantemente, embora a perversidade do parceiro seja reconhecida sobretudo devido aos sintomas da vítima: ansiedade, depressão, insônia, dependências, anorexia-bulimia, doenças psicossomáticas, acidentes, etc. Além da confusão, mal-estar, perda de confiança em si, dúvidas, desejo de morrer.
Antes de nos envolvermos com um perverso, temos uma clara consciência de nós mesmos, do sentido da vida, das relações com os outros. Depois, não sabemos mais quem somos. Não temos mais certeza de mais nada. Todas as certezas sobre o amor, a amizade, as relações humanas evaporam, e nos sentimos sós, abandonados, sujos e maus.
Afinal, o prazer supremo do perverso é transformar a pessoa dócil em violenta ou a confiante em ciumenta, a pacifista numa assassina, um homem ou uma mulher equilibrados em suicidas.
[...]Todos esses métodos visam deixar o parceiro sem referência, para manipulá-lo e poder mantê-lo numa espécie de prisão invisível. Os perversos, sob diversos pretextos, frequentemente cortam os elos da vítima com o exterior, preferindo que a mulher não trabalhe, armando intrigas para até os amigos e a família se afastarem.
Implicantes e sem escrúpulos, os perversos não abrem mão de uma armação, de um escândalo, de abusar da confiança alheia, e não hesitam em usar parentes, amigos, filhos como aliados.
[...]Para escapar ao sistema perverso é preciso afirmar com firmeza: "Eu sou assim. Sou desse jeito !" Em seguida, desmascarar esse megalômano que pretende nos conhecer melhor que nós mesmos.
[...] Os perversos aspiram fazer de nós "sua propriedade", não para nos elevar, mas para nos rebaixar, como o anjo caído arrastando-nos em sua queda. O objetivo, com efeito, consiste em nos despojar de todas nossas facetas boas e belas, ou seja, nossas qualidades humanas, morais, relacionais e criativas, assim como de nossos talentos, que esses monstros frios invejam. Eles vencem quando perdemos a alegria de viver, quando nos tornaram seres dignos de pena. Sua confusão de crenças, de culpabilização, de pseudovalores nos faz perder a dignidade. Como ele mentia incessantemente sobre as inúmeras amantes e como brincava com seu ciúme fazendo-a escutar falsas mensagens na secretária eletrônica, Míriam, envergonhada mas decidida, começou a remexer nas coisas dele: 'Bem lá no fundo, eu me achava uma puta, pois usava meias e cinta-liga. Que eu era superficial, pois só pensava em minha lingerie. Que eu era um capacho, já que ele me tratava pior que a um cachorro. E também ciumenta, má, pois só pensava em me vingar. Eu não percebia que essas falhas, essas 'taras', eram fruto de seu comportamento. Eu achava que se tratasse de meu 'eu profundo e inconfessável'. Ora, eram apenas reações legítimas de sobrevivência diante da violência, ódio e humilhações.'
A literatura especializada descreve os perversos como pessoas glaciais, insensíveis à dor física e também à dor moral. De frieza extrema, seriam incapazes de experimentar o sentimento de luto que atinge a todos os que são abandonados, por exemplo. Se os observarmos bem, perceberemos que sentem uma espécie de ódio e ressentimento, mas jamais tristeza. Quando a vítima, exausta, enfim escapa de suas garras, tanto podem persegui-la para atormentá-la ainda mais pelo prazer da caça como podem esquecê-la imediatamente.
[...]E como escapar dessa cilada que golpeia terrivelmente nossa identidade, afinal ? As vítimas de repente se dão conta que foram tratadas não como seres humanos dignos de respeito, capazes de sofrer e de sentir, mas como 'coisas', e que foram achincalhadas, intimidadas, usadas. E a vergonha que sentem cria um sentimento de solidão terrível: falar sobre isso com quem ?"

(DELAHAIE, Patricia. Amores que nos fazem mal. São Paulo: Larousse do Brasil. 100-106).

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Carta de amor à mim mesma




Querida Eloany,
Como vão as coisas ? Sei que tenho passado um tanto distante, mas quem é vivo sempre aparece. Desde que me perdestes, andei sabendo que fostes caminhando sem rumo, à base da loucura. Deverias ter tomado cuidado, minha menina. Mas fico feliz em saber que, pouco a pouco, estás recuperando o tempo perdido.
Precisei ficar um tempo longe, por mim mesmo também. Andamos juntos por tanto tempo, que passastes a achar que nunca irias me perder. Vi que aquilo iria se tornar uma ruína e resolvi ir embora, mesmo sabendo que iria voltar, mais cedo ou mais tarde. Mas as nossas belezas somadas acabaram sendo ofuscadas pela tua. Tu és linda sim, Eloany, mas te tornas ainda mais quando me tens junto a ti.
Os erros fazem parte do nosso aprendizado nesta terra sim, e foi aí que precisei ir embora para que pudesses aprender tudo sozinha, porque eu já sei de tudo isso, já sei que ninguém se soma a ninguém. As pessoas que se amam, se complementam. E devemos nos complementar, minha querida, pois aqui quero avisar que estou de volta.
Toda a provação que passastes foi necessária para que aprendesses a me ter, antes de querer ter outro alguém. Esse alguém precisa de ti mais que nunca, Eloany. Mas para que a união que tanto sonhas aconteça, é preciso que me tenhas... É preciso me exercitar a cada dia, assim como a teu próprio espírito, à tua própria beleza. Teu brilho precisa sair mais livre e espontaneamente... E é muito bom ver que voltastes a sorrir, esse é o primeiro passo para que eu volte a ti verdadeiramente.
Mas tenha a certeza que estou sempre aqui, mesmo que pareça que está tudo perdido. Pois nós dois somos as faces de uma mesma moeda, um sem o outro não existem. Preciso de ti e precisas de mim. Mesmo que pareça que mais ninguém no mundo te dê valor, lembre-se: eu estou aqui, para mim tu és a mulher mais linda que existe, e EU TE AMO em toda a tua essência, eternamente.
Teu saudoso,
Amor-próprio.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ode à minha terra

POC-POC
O barulho do rio
Me aproxima dos sonhos
Do meu eu tranquilo
Mesmo com pesares

OC-OC
Barulho de porta batendo
O movimento da maresia
Povo ribeirinho e indígenas se aproximando
"Que monstro é esse?"

OCA-OCA
Cheiro da minha terra
Louvor à minha cultura
Sou caboclo, sou do Norte
Faço parte da POROROCA !

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Tarumã



Minha história é que nem uma história
de um moço que se encantou, se encantou...
Nas águas do rio Calçoene
virou pau madeira de amor
e eu fui parar noutro rio
atrás do meu grande amor
nas águas do Araguari
meu coração se encantou
É um rio encantado o Araguari, o
Araguari, o Araguari é um rio do
passado o Araguari, o Araguari, o
Araguari
Vou contar pra você essa história
de um moço que se encantou, se encantou
Vou contar pra você essa glória,
de ser pau madeira de amor
Tarumã, Tarumã e a gente subia o rio
Tarumã, Tarumã se agente morreu foi de amor
Tarumã, Tarumã e a gente descia o rio
Tarumã, Tarumã o rio que nos separou

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

. Simples, vivo, leve e solto: Por mais que o encontro se dê em um momento de ca...

. Simples, vivo, leve e solto:
Por mais que o encontro se dê em um momento de ca...
: "Por mais que o encontro se dê em um momento de carênciaenquanto estivermos por pertonão há problemaapenas segure minha mãovamos em frentenã..."

O post do carinho ^^


Independentemente do que tenha acontecido
Eu considero pessoas que souberam estar comigo quando mais precisei
Mesmo com meus erros, com minhas arrogâncias
Com minha irritante impertinência
Souberam me ouvir, me ninar da maneira que lhe fosse possível
Simplesmente não senti medo
Apenas uma necessidade de ver as borboletinhas no meu monitor
Um carinho imenso passou a surgir no momento que menos imaginei
E após isso passei a ter mais certeza ainda que a vida é uma surpresa
Não adianta o quanto nos preparemos

Então sim, eu aceito segurar sua mão, não vou temer
Apenas quero seguir o caminho que tivermos de seguir...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Meu Amor...



O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
(Chico Buarque)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

De novo ?

O reencontro ? O que poderia definir o que acontece ? Mas a sensação é única e intensa... Bem melhor do que nos aconteceu na primeira vez...
Fico ao seu lado, a conversa flui como se nada acontecesse mais do que uma simples amizade. Ingenuamente pensei que não houvesse outras intenções ali, mesmo depois de já sentir um certo clima... Mas não queria acreditar mesmo vendo que tu tinhas feito de tudo pra me encontrar naquele dia.
Paramos. Meu coração continuava a soar, temendo... Temendo o quê ? Temendo o que, sinceramente, queria ? Subitamente meus lábios se entreabriram pra receber os teus, macios e severos... Senti-os explorando meu pescoço, sabendo muito bem o que deveriam fazer. Afastei-me por um breve instante e tu me movestes de forma que eu ficasse sobre teu corpo. Nesse momento, tuas mãos trabalharam sobre mim mais livremente, tanto que quando percebi, minha blusa estava largada a um canto do aposento e tu brincavas com os meus seios feito menino que descobre um novo brinquedo.
Minha pele se arrepiava contra a tua, beijava teus braços fortes avidamente, por adorar quando eles me abraçavam, com possessividade, com desejo de nunca separar meu corpo do teu. Minha boca passeou sobre teu corpo inteiro, e me extasiei ao te ver se contorcendo sob minhas carícias, segurando meus cabelos, e olhando para baixo, para mim, com olhos pedintes de que eu o sugasse cada vez mais...
O desejo era tanto que tu procurastes logo me deixar nua o mais rápido possível. Depois disso, foi a vez da tua boca passear sobre mim, brincando comigo, me deixando em brasa... Continuei sobre teu corpo, te cobrindo, e nos unimos em um só, nos olhando fundo a fundo, olhos cravados um no outro, enquanto sentíamos a penetração intensa que parecia que não acabava nunca... Não resisti às sensações e fechei os olhos pra te sentir entrando em mim cada vez mais fundo, e minha fisionomia mudou subitamente. Ao abrir os olhos novamente, vi teu rosto risonho, de quem sentia imensa felicidade ao sentir e proporcionar aquele prazer que era só nosso. Minha boca pediu a tua, mais uma vez, enquanto iniciávamos os movimentos que tanto conhecemos, ora rápidos, ora lentos.
Não parávamos um só instante. Ao passo em que ficastes sobre mim, olhei para ti e dessa vez quem mudou a expressão fostes tu. Cara de macho, a grosso modo, colocando meus braços acima de minha cabeça e segurando meus pulsos firmemente, me olhando como se dissesse: "Tu és só minha...". Tu te movimentavas sobre mim sem parar, entrando cada vez mais fundo, até que eu senti como se estrelinhas explodissem sobre meus olhos. Repentinamente violento ao sentir meu orgasmo, me virou de costas e mais uma vez entrou, agora com toda a força existente no teu corpo, me fazendo gritar obscenidades. Os movimentos ficavam cada vez mais rápidos, teu corpo começou a tremer contra o meu e, de repente, senti tuas mãos beliscarem minha cintura e tua respiração forte na minha nuca enquanto a pressão dentro de mim diminuía lentamente... Era tu que chegavas ao ápice dessa vez. Caímos juntos na cama, quase que desmaiados de tanto prazer. Tu te retirastes de dentro de mim e me abraçou com ternura, fechando os olhos, respirando forte, enquanto eu recebia o beijo oferecido pela tua saborosa boca. O abraço ficou mais apertado e o cansaço se misturava ao sono... Eu fechei os olhos, entregue às sensações, e dormimos ali, abraçados, sentindo que éramos únicos no universo. O silêncio bastava, não era preciso nenhuma palavra pra expressar a ternura misturada ao tesão, só nós sabemos, só o meu corpo sabe como é o dele, só o corpo dele sabe o que é se sentir diante do meu.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Vem Meu Amor...



Quando te vejo, paro logo em seu olhar
O meu desejo é que eu possa te beijar
Sentir seu corpo, me abrigar em seu calor
Hoje o que eu quero é ganhar o seu amor
E fico assim querendo o seu prazer
Eu não consigo um minuto sem te ver
Sua presença alegra meu coração
É pra você que eu canto essa canção
Vem meu amor, me tirar da solidão
Vem meu amor, me tirar da solidão
Vem meu amor, chega pra cá, me dá a mão
E fico assim querendo seu prazer
Eu não consigo um minuto sem te ver
Sua presença alegra meu coração

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Flor *-*



Ouvi dizer
Do o teu olhar ao ver a flor
Não sei por que
Achou ser de um outro rapaz
Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim
Mas mesmo assim...
Minha flor serviu pra que você
Achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...
Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final sem meu lugar
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Eu que nunca amei a ninguém
Pude, então, enfim, amar...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dê-me anestesia...

Tire a sensação de dentro de mim
Enxaqueca agridoce em minha cabeça
É como uma dor de dente pulsando da mente
Não posso mais aguentar esse sentimento

Drene a pressão do inchaço
Essa sensação é insuportável
Me dê um longo beijo de boa noite e tudo ficará bem
Diga que eu não vou sentir nada
Então me dê anestesia

Fora do corpo e fora da mente
Beije os demônios para fora dos meus sonhos
Eu tenho aquele sentimento engraçado, tudo bem
Ele diz que é melhor do que ar
Vou te dizer porque

Diga que não vou sentir nada
Então me dê anestesia

Oh anestesia!

Diga-me que não vou sentir nada
Então me dê anestesia

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cem Anos de Solidão

"Só então descobriu que Amaranta Úrsula não era sua irmã, mas sua tia, e que Francis Drake tinha assaltado Riohacha só para que eles pudessem se perseguir pelos labirintos mais intricados do sangue, até engendrar o animal mitológico que havia de pôr fim à estirpe. Macondo já era um pavoroso rodamoinho de poeira e escombros, centrifugado pela cólera do furacão bíblico, quando Aureliano pulou onze páginas para não perder tempo com fatos conhecidos demais e começou a decifrar a última página dos pergaminhos, como se estivesse vendo a si mesmo num espelho falado. Então deu outro salto para se antecipar às predições e averiguar a data e as condições de sua morte. Entretanto, antes de chegar ao verso final já tinha compreendido que não sairia nunca daquele quarto, pois estava previsto que a cidade dos espelhos (ou das miragens) seria arrasada pelo vento e desterrada da memória dos homens no instante em que Aureliano Babilonia acabasse de decifrar os pergaminhos e que tudo que estava escrito neles era irrepetível desde sempre e por todo o sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra".

sábado, 14 de agosto de 2010

Fuck You !



Look inside
Look inside your tiny mind
Now look a bit harder
Cause we're so uninspired,
Sso sick and tired
Of all the hatred you harbour.

So you say
It's not OK to be gay
Well I think you're just evil
You're just some racist
Who can't tie my laces
Your point of view is medieval

Fuck you (fuck you)
Fuck you very, very much
Cause we hate what you do
And we hate your whole crew
So please don't stay in touch

Fuck you (fuck you)
Fuck you very, very much
Cause your words don't translate
And it's getting quite late
So please don't stay in touch

Do you get
Do you get a little kick out of
Being small-minded?
You want to be like your father,
His approval you're after
Well that's not how you find it.

Do you,
Do you really enjoy
Living a life that's so hateful?
Cause there's a hole where your soul should be
You're losing control of it
And it's really distasteful

Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you

You say you think we need to go to war
Well you're already in one
Cause it's people like you
That need to get slew
No one wants your opinion

Fuck you
Fuck you
Fuck you

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Eu não queria...

Juro que não queria. A cada dia que passa, o vazio só faz aumentar. Como conviver com isso ? Tem horas que me bate um desespero tão grande que fico perdida... Aliás já estou perdida num caminha há um bom tempo... E ainda não achei a saída.

Me sinto tão inútil em saber que eu estive tão perto de você e você tão longe de mim... Me dói ver sua indiferença e logo após isso, abrir a boca num "Eu te amo". Como me ama se ela já é sua preferida ? Como me ama se ela tem "muito mais cabeça que eu...". Difícil acreditar. Difícil tomar uma decisão que se faz cada vez mais presente e necessária... Difícil crer num amor de uma pessoa que só sabe te botar pra baixo... Tô tão cansada, de ter que chorar e chorar, rolando na cama de desespero enquanto meu corpo grita pelo teu nome !

Sente minha falta ? Então o que é esse desprezo, essa indiferença ? É isso que te agrada, já que você disse que a sua prioridade agora é agradar a si próprio... é isso que te agrada: me ver sofrer ? Me responde como eu fico depois de ouvir você dizer que me ama e logo em seguida ter que sentir esse desprezo... Me sentir a última pessoa com quem você quer falar, que você quer ver ou qualquer coisa do gênero... Deus, me dá respostas ! Só a ti que posso recorrer, se agora eu estou completamente sozinha, só tu podes acalmar esse desespero, preencher esse vazio no meu peito, me mostrar o caminho ! Qualquer que seja, só quero que essa dor pare, essa dor que me sufoca...

Diga: Porque o amor tem que machucar tanto?
Porque essa paixão acaba comigo?
Porque tento usar minha razão pra controlar meus atos, mas os sentimentos os guiam?
Porque ele dificulta tudo só com seu sorriso, seu olhar...?
Me diga como se cura um coração machucado...
Como se esquece alguém inesquecível...
Como se enxuga as lágrimas que não param de cair...
Como se sorri em meio a tantas flechas de dor que transpassam o coração e atingem a alma...
Diga... porque você não sai da minha mente, e insiste e persiste...e fica, e ofende minha lógica. Joga fora meu orgulho. Põe um fim na rigidez das palavras. Amolece... transforma.
Me torna solitária...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Transição...


Um coração destratado
Despedaçado
Caiu em completo enfado

E mesmo que se ria
Na sua agonia
Aguarda por um novo dia

Saber o sofrimento
Causando o esquecimento
E se dar conta que nunca foi valorizado por mais que um momento

Por fim, no entanto
Mesmo amaldiçoada em eterno pranto
Eu ainda te amo... Pois ainda me resta o encanto...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Deixa Estar...



Ligue, ligue, ligue, ligue, ligue para mim
Diga, diga, diga, diga, diga que me ama
Que eu não vou mais implorar
Se quer saber, deixa estar
Digo que não ligo, mas não vivo sem você
Eu falo, não me calo, tiro sarro
Só pra ver se eu consigo despertar o seu amor
Deixa estar
Eu sei, que na verdade eu não consigo entender o nosso amor
Que o teu silêncio fala alto no meu peito
E que nós dois, estamos juntos na distância
Discrepância do destino!
Ziguezagueando zonzo de te procurar
Eu tranco no meu pranto canto alto de euforia
Que eu queria te cantar
Guardo pra mim
Deixa estar
Sei que fez um mês entre vocês, de união
Pouco, muito pouco, quase nada
Nesta estrada você está na contramão
E a solidão, deixa estar
Vocês vão aprender que nessa vida
não se pode mais errar
Vão descobrir que entre as estrelas e o chão existe o mar
Aí então a euforia, um belo dia, vai passar
E cairá sobre seu mundo, num segundo, a traição
Deixa estar

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Até Paulo Freire tem me ajudado mais que muitas pessoas...



"Pensar certo [...] é uma postura exigente, difícil, às vezes penosa, que temos de assumir diante dos outros e com os outros, em face do mundo e dos fatos, antes nós mesmos. É difícil, não porque pensar certo seja forma própria de pensar de santos e de anjos e a que nós arrogantemente aspirássemos. É difícil, entre outras coisas, pela vigilância constante que temos de exercer sobre nós próprios para evitar os simplismos, as facilidades, as incoerências grosseiras. É difícil porque nem sempre temos o valor indispensável para não permitir que a raiva que podemos ter de alguém vire raivosidade que gera um pensar errado e falso. Por mais que me desagrade uma pessoa não posso menosprezá-la com um discurso em que, cheio de mim mesmo, decreto sua incompetência absoluta. Discurso em que, cheio de mim mesmo, trato-a com desdém, do alto de minha falsa superioridade. A mim não me dá raiva mas pena quando pessoas assim raivosas, arvoradas em figuras de gênio, me minimizam e destratam.
É cansativo, por exemplo, viver a humildade, condição 'sine qua' do pensar certo, que nos faz proclamar o nosso próprio equívoco, que nos faz reconhecer e anunciar a superação que sofremos.
O clima do pensar certo não tem nada que ver com o das fórmulas preestabelecidas, mas seria a negação do pensar certo se pretendêssemos forjá-lo na atmosfera da licenciosidade ou do espontaneísmo. Sem rigorosidade metódica não há pensar certo."

(FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, pg. 49)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ainda pior...


Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou, ainda joga.
Quem quase passou, ainda estuda.
Quem quase morreu, está vivo.
Quem quase amou, não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos. Nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor: está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia" quase que sussurrados.
Sobra a covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons cinza.
O nada não ilumina , não inspira, não aflige, nem acalma. Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance para as coisas que não podem ser mudadas. Resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória, é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance. Não deixe a saudade sufocar, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando do que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Luís FernandoVeríssimo)

Obrigada Raiane !