segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Voe.

A breves passos da tortura

Entenda que não quero apenas caminhar. Quero ter asas, ser livre para voar até pousar... No teu colo, que foi onde escolhi ficar. Não te aflijas, não quero por obre teus ombros um peso maior que possas suportar. Apenas quero que saibas, que entre tantos caminhos a seguir, escolhi ficar ao lado teu. Estes outros caminhos podem até ser mais iluminados, ou divertidos, mas não possuem o gosto teu, da tua simplicidade, do teu ar jovial, que à medida que envelheces, parece apenas rejuvenescer.
Porque seguir assim faz o sangue ferver. Posso ser aquela andorinha que levemente pousa sobre teu ombro, que faz o vento sussurrar no teu ouvido o quanto és amado, até chegares ao ponto da prepotência te mover e te levar pra longe de mim. Cuidado! A andorinha voou pra longe, não quisestes cuidar dela. Mas sentes falta daquele único adejar de asas, nãoé? Queres sentir mais uma vez o vento bater em teu rosto, e mais uma, mais uma... Volta! O moço te quer ao redor dele, pra sempre.
Deixe o tempo passar o quanto for, és única e jamais será substituída.

Eloany Homobono
13 de Janeiro de 2014.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Aquele belo anjo

Crônica de um Dia de Natal

Uma vez estava eu a caminhar por aquela ignóbil praça, quando um menino me parou e disse:
- Moça, você tem moedas pra me dar?
Roupas surradas, dentes limosos, cabelos sujos. Eu bem sabia qual seria o destino daquelas moedas. Perguntei:
- O que você quer?
- As moedas, ora!
- Não, estou perguntando o que você quer fazer com as moedas.
Ele hesitou.
- "Tou" com fome...
- Então vamos ali no supermercado. Vamos comprar algo pra você comer.
- Mas, moça...
- Sem mais nem menos - eu sabia que o que ele realmente queria era o dinheiro, então cortei-lhe as asinhas - Vamos logo.
Entramos num supermercado ali perto. Deixei-o livre para andar entre os corredores. Como toda criança (suponho que ele tinha, no máximo, uns nove anos), se deteve na sessão de doces e biscoitos e encheu o carrinho de barras de chocolate. Mas, de repente, parou a ação, como quem lembra de algo.
Rumou para outras seções e foi pegando outros alimentos. Arroz, feijão, leite, café... Fiquei surpresa, mas o deixei pegar o que quisesse. Depois fomos para o caixa, a conta custou pouco mais de R$100,00. Ele atravessou a porta de saída, olhos brilhantes, sorriso sincero como jamais visto antes. Olhou para mim e disse:
- Você éumamulher abençoada. Tenha paciência, logo irás realizar teus desejos!
E sumiu. Foi quando me lembrei que era 24 de Dezembro. Era Natal...
Seria aquele menino um anjo? Vai saber...

Eloany Homobono
20 de Dezembro de 2013

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Quer Saber?

Alguns absurdos

Amo escrever com a tinta rubra do teu coração, ao passo que sangras minhas palavras. Me deixas pensante e magicamente torpe, sequer sabes (e nem eu sei) o quê deste diálogo,mas que adianta? Prefiro seguir assim, sendo eu, eu mesma, infinitamente a moça dos olhares profundos.
Uma vez me tocastes e senti o inefável prazer do beijo que nunca aconteceu. Quem sabe tu sejas o desejado de minh'alma, quem sabe tenhas em tuas mãos meu destino, oh torpe e cruel destino! Sei que não terás cuidado com ele, meu coração já sabe o bastante para não... Ah, que seja. Quero apenas viver esse malvado destino que se escreve por sobre minha pele e colore-me peito, cabeça e lábios. Colore apenas com negra cor, negro amor impulsante.
Sobrevivo assim, através dum simples sinal. Que minhas mãos alcancem teu rosto, a acariciá-lo brevemente, embora mereças um tabefe. Que meus pés caminhem segundo a direção que indicas, que louca direção, se nem tu sabes para onde vais, ó imbecil!
Não se acanhe. Meus pés continuarão a caminhar ao lado teu.

Eloany Homobono
06 de Dezembro de 2013