segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Meu Amor...



O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
(Chico Buarque)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

De novo ?

O reencontro ? O que poderia definir o que acontece ? Mas a sensação é única e intensa... Bem melhor do que nos aconteceu na primeira vez...
Fico ao seu lado, a conversa flui como se nada acontecesse mais do que uma simples amizade. Ingenuamente pensei que não houvesse outras intenções ali, mesmo depois de já sentir um certo clima... Mas não queria acreditar mesmo vendo que tu tinhas feito de tudo pra me encontrar naquele dia.
Paramos. Meu coração continuava a soar, temendo... Temendo o quê ? Temendo o que, sinceramente, queria ? Subitamente meus lábios se entreabriram pra receber os teus, macios e severos... Senti-os explorando meu pescoço, sabendo muito bem o que deveriam fazer. Afastei-me por um breve instante e tu me movestes de forma que eu ficasse sobre teu corpo. Nesse momento, tuas mãos trabalharam sobre mim mais livremente, tanto que quando percebi, minha blusa estava largada a um canto do aposento e tu brincavas com os meus seios feito menino que descobre um novo brinquedo.
Minha pele se arrepiava contra a tua, beijava teus braços fortes avidamente, por adorar quando eles me abraçavam, com possessividade, com desejo de nunca separar meu corpo do teu. Minha boca passeou sobre teu corpo inteiro, e me extasiei ao te ver se contorcendo sob minhas carícias, segurando meus cabelos, e olhando para baixo, para mim, com olhos pedintes de que eu o sugasse cada vez mais...
O desejo era tanto que tu procurastes logo me deixar nua o mais rápido possível. Depois disso, foi a vez da tua boca passear sobre mim, brincando comigo, me deixando em brasa... Continuei sobre teu corpo, te cobrindo, e nos unimos em um só, nos olhando fundo a fundo, olhos cravados um no outro, enquanto sentíamos a penetração intensa que parecia que não acabava nunca... Não resisti às sensações e fechei os olhos pra te sentir entrando em mim cada vez mais fundo, e minha fisionomia mudou subitamente. Ao abrir os olhos novamente, vi teu rosto risonho, de quem sentia imensa felicidade ao sentir e proporcionar aquele prazer que era só nosso. Minha boca pediu a tua, mais uma vez, enquanto iniciávamos os movimentos que tanto conhecemos, ora rápidos, ora lentos.
Não parávamos um só instante. Ao passo em que ficastes sobre mim, olhei para ti e dessa vez quem mudou a expressão fostes tu. Cara de macho, a grosso modo, colocando meus braços acima de minha cabeça e segurando meus pulsos firmemente, me olhando como se dissesse: "Tu és só minha...". Tu te movimentavas sobre mim sem parar, entrando cada vez mais fundo, até que eu senti como se estrelinhas explodissem sobre meus olhos. Repentinamente violento ao sentir meu orgasmo, me virou de costas e mais uma vez entrou, agora com toda a força existente no teu corpo, me fazendo gritar obscenidades. Os movimentos ficavam cada vez mais rápidos, teu corpo começou a tremer contra o meu e, de repente, senti tuas mãos beliscarem minha cintura e tua respiração forte na minha nuca enquanto a pressão dentro de mim diminuía lentamente... Era tu que chegavas ao ápice dessa vez. Caímos juntos na cama, quase que desmaiados de tanto prazer. Tu te retirastes de dentro de mim e me abraçou com ternura, fechando os olhos, respirando forte, enquanto eu recebia o beijo oferecido pela tua saborosa boca. O abraço ficou mais apertado e o cansaço se misturava ao sono... Eu fechei os olhos, entregue às sensações, e dormimos ali, abraçados, sentindo que éramos únicos no universo. O silêncio bastava, não era preciso nenhuma palavra pra expressar a ternura misturada ao tesão, só nós sabemos, só o meu corpo sabe como é o dele, só o corpo dele sabe o que é se sentir diante do meu.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Vem Meu Amor...



Quando te vejo, paro logo em seu olhar
O meu desejo é que eu possa te beijar
Sentir seu corpo, me abrigar em seu calor
Hoje o que eu quero é ganhar o seu amor
E fico assim querendo o seu prazer
Eu não consigo um minuto sem te ver
Sua presença alegra meu coração
É pra você que eu canto essa canção
Vem meu amor, me tirar da solidão
Vem meu amor, me tirar da solidão
Vem meu amor, chega pra cá, me dá a mão
E fico assim querendo seu prazer
Eu não consigo um minuto sem te ver
Sua presença alegra meu coração

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Flor *-*



Ouvi dizer
Do o teu olhar ao ver a flor
Não sei por que
Achou ser de um outro rapaz
Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim
Mas mesmo assim...
Minha flor serviu pra que você
Achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...
Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final sem meu lugar
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Eu que nunca amei a ninguém
Pude, então, enfim, amar...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dê-me anestesia...

Tire a sensação de dentro de mim
Enxaqueca agridoce em minha cabeça
É como uma dor de dente pulsando da mente
Não posso mais aguentar esse sentimento

Drene a pressão do inchaço
Essa sensação é insuportável
Me dê um longo beijo de boa noite e tudo ficará bem
Diga que eu não vou sentir nada
Então me dê anestesia

Fora do corpo e fora da mente
Beije os demônios para fora dos meus sonhos
Eu tenho aquele sentimento engraçado, tudo bem
Ele diz que é melhor do que ar
Vou te dizer porque

Diga que não vou sentir nada
Então me dê anestesia

Oh anestesia!

Diga-me que não vou sentir nada
Então me dê anestesia

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cem Anos de Solidão

"Só então descobriu que Amaranta Úrsula não era sua irmã, mas sua tia, e que Francis Drake tinha assaltado Riohacha só para que eles pudessem se perseguir pelos labirintos mais intricados do sangue, até engendrar o animal mitológico que havia de pôr fim à estirpe. Macondo já era um pavoroso rodamoinho de poeira e escombros, centrifugado pela cólera do furacão bíblico, quando Aureliano pulou onze páginas para não perder tempo com fatos conhecidos demais e começou a decifrar a última página dos pergaminhos, como se estivesse vendo a si mesmo num espelho falado. Então deu outro salto para se antecipar às predições e averiguar a data e as condições de sua morte. Entretanto, antes de chegar ao verso final já tinha compreendido que não sairia nunca daquele quarto, pois estava previsto que a cidade dos espelhos (ou das miragens) seria arrasada pelo vento e desterrada da memória dos homens no instante em que Aureliano Babilonia acabasse de decifrar os pergaminhos e que tudo que estava escrito neles era irrepetível desde sempre e por todo o sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra".

sábado, 14 de agosto de 2010

Fuck You !



Look inside
Look inside your tiny mind
Now look a bit harder
Cause we're so uninspired,
Sso sick and tired
Of all the hatred you harbour.

So you say
It's not OK to be gay
Well I think you're just evil
You're just some racist
Who can't tie my laces
Your point of view is medieval

Fuck you (fuck you)
Fuck you very, very much
Cause we hate what you do
And we hate your whole crew
So please don't stay in touch

Fuck you (fuck you)
Fuck you very, very much
Cause your words don't translate
And it's getting quite late
So please don't stay in touch

Do you get
Do you get a little kick out of
Being small-minded?
You want to be like your father,
His approval you're after
Well that's not how you find it.

Do you,
Do you really enjoy
Living a life that's so hateful?
Cause there's a hole where your soul should be
You're losing control of it
And it's really distasteful

Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you

You say you think we need to go to war
Well you're already in one
Cause it's people like you
That need to get slew
No one wants your opinion

Fuck you
Fuck you
Fuck you

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Eu não queria...

Juro que não queria. A cada dia que passa, o vazio só faz aumentar. Como conviver com isso ? Tem horas que me bate um desespero tão grande que fico perdida... Aliás já estou perdida num caminha há um bom tempo... E ainda não achei a saída.

Me sinto tão inútil em saber que eu estive tão perto de você e você tão longe de mim... Me dói ver sua indiferença e logo após isso, abrir a boca num "Eu te amo". Como me ama se ela já é sua preferida ? Como me ama se ela tem "muito mais cabeça que eu...". Difícil acreditar. Difícil tomar uma decisão que se faz cada vez mais presente e necessária... Difícil crer num amor de uma pessoa que só sabe te botar pra baixo... Tô tão cansada, de ter que chorar e chorar, rolando na cama de desespero enquanto meu corpo grita pelo teu nome !

Sente minha falta ? Então o que é esse desprezo, essa indiferença ? É isso que te agrada, já que você disse que a sua prioridade agora é agradar a si próprio... é isso que te agrada: me ver sofrer ? Me responde como eu fico depois de ouvir você dizer que me ama e logo em seguida ter que sentir esse desprezo... Me sentir a última pessoa com quem você quer falar, que você quer ver ou qualquer coisa do gênero... Deus, me dá respostas ! Só a ti que posso recorrer, se agora eu estou completamente sozinha, só tu podes acalmar esse desespero, preencher esse vazio no meu peito, me mostrar o caminho ! Qualquer que seja, só quero que essa dor pare, essa dor que me sufoca...

Diga: Porque o amor tem que machucar tanto?
Porque essa paixão acaba comigo?
Porque tento usar minha razão pra controlar meus atos, mas os sentimentos os guiam?
Porque ele dificulta tudo só com seu sorriso, seu olhar...?
Me diga como se cura um coração machucado...
Como se esquece alguém inesquecível...
Como se enxuga as lágrimas que não param de cair...
Como se sorri em meio a tantas flechas de dor que transpassam o coração e atingem a alma...
Diga... porque você não sai da minha mente, e insiste e persiste...e fica, e ofende minha lógica. Joga fora meu orgulho. Põe um fim na rigidez das palavras. Amolece... transforma.
Me torna solitária...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Transição...


Um coração destratado
Despedaçado
Caiu em completo enfado

E mesmo que se ria
Na sua agonia
Aguarda por um novo dia

Saber o sofrimento
Causando o esquecimento
E se dar conta que nunca foi valorizado por mais que um momento

Por fim, no entanto
Mesmo amaldiçoada em eterno pranto
Eu ainda te amo... Pois ainda me resta o encanto...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Deixa Estar...



Ligue, ligue, ligue, ligue, ligue para mim
Diga, diga, diga, diga, diga que me ama
Que eu não vou mais implorar
Se quer saber, deixa estar
Digo que não ligo, mas não vivo sem você
Eu falo, não me calo, tiro sarro
Só pra ver se eu consigo despertar o seu amor
Deixa estar
Eu sei, que na verdade eu não consigo entender o nosso amor
Que o teu silêncio fala alto no meu peito
E que nós dois, estamos juntos na distância
Discrepância do destino!
Ziguezagueando zonzo de te procurar
Eu tranco no meu pranto canto alto de euforia
Que eu queria te cantar
Guardo pra mim
Deixa estar
Sei que fez um mês entre vocês, de união
Pouco, muito pouco, quase nada
Nesta estrada você está na contramão
E a solidão, deixa estar
Vocês vão aprender que nessa vida
não se pode mais errar
Vão descobrir que entre as estrelas e o chão existe o mar
Aí então a euforia, um belo dia, vai passar
E cairá sobre seu mundo, num segundo, a traição
Deixa estar

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Até Paulo Freire tem me ajudado mais que muitas pessoas...



"Pensar certo [...] é uma postura exigente, difícil, às vezes penosa, que temos de assumir diante dos outros e com os outros, em face do mundo e dos fatos, antes nós mesmos. É difícil, não porque pensar certo seja forma própria de pensar de santos e de anjos e a que nós arrogantemente aspirássemos. É difícil, entre outras coisas, pela vigilância constante que temos de exercer sobre nós próprios para evitar os simplismos, as facilidades, as incoerências grosseiras. É difícil porque nem sempre temos o valor indispensável para não permitir que a raiva que podemos ter de alguém vire raivosidade que gera um pensar errado e falso. Por mais que me desagrade uma pessoa não posso menosprezá-la com um discurso em que, cheio de mim mesmo, decreto sua incompetência absoluta. Discurso em que, cheio de mim mesmo, trato-a com desdém, do alto de minha falsa superioridade. A mim não me dá raiva mas pena quando pessoas assim raivosas, arvoradas em figuras de gênio, me minimizam e destratam.
É cansativo, por exemplo, viver a humildade, condição 'sine qua' do pensar certo, que nos faz proclamar o nosso próprio equívoco, que nos faz reconhecer e anunciar a superação que sofremos.
O clima do pensar certo não tem nada que ver com o das fórmulas preestabelecidas, mas seria a negação do pensar certo se pretendêssemos forjá-lo na atmosfera da licenciosidade ou do espontaneísmo. Sem rigorosidade metódica não há pensar certo."

(FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, pg. 49)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ainda pior...


Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou, ainda joga.
Quem quase passou, ainda estuda.
Quem quase morreu, está vivo.
Quem quase amou, não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos. Nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor: está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia" quase que sussurrados.
Sobra a covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons cinza.
O nada não ilumina , não inspira, não aflige, nem acalma. Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance para as coisas que não podem ser mudadas. Resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória, é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance. Não deixe a saudade sufocar, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando do que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Luís FernandoVeríssimo)

Obrigada Raiane !